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Quando boas intenções não são o bastante: os riscos da revisão das regras de importação CKD/SKD

  • checkprice2020
  • 2 days ago
  • 3 min read
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Sim, a proposta de redução temporária de impostos sobre veículos importados desmontados (CKD) ou semidesmontados (SKD) pode parecer vantajosa à primeira vista — especialmente para atrair investimentos e acelerar a montagem de elétricos aqui no Brasil. Porém, a mudança também carrega grandes riscos estruturais e impactos negativos no mercado automotivo local.


🚗 O que está em jogo?


A montadora chinesa BYD solicitou ao governo federal redução de alíquotas de importação para kits de veículos híbridos e elétricos:

• CKD: de 20% para 10%;

• SKD: de 18% para 5%

até meados de 2028, como parte do cronograma de implantação da fábrica em Camaçari (BA)  .


A proposta incluía multa zero por seis meses para importações de até US$ 463 milhões .



🛠 Como reagiram as montadoras tradicionais?


Em carta aberta ao presidente Lula, as fabricantes GM, Volkswagen, Toyota e Stellantis alertaram que:

• partilhar privilégios tributários com importadores de kits desmontados enfraqueceria a cadeia produtiva brasileira;

• tal medida comprometeria R$ 180 bilhões em investimentos futuros e milhares de empregos, diretos e indiretos  .


Executivos chegaram a afirmar que romper o cronograma acordado no Plano Mover equivaleria a repetir traços autoritários de líderes estrangeiros, minando a confiança na política industrial .


📉 O que mudou no cronograma?


O governo decidiu:

• antecipar para janeiro de 2027 a aplicação da alíquota máxima de 35% sobre kits CKD e SKD, no lugar de julho de 2028;

• conceder uma cota temporária de isenção (cerca de US$ 463 milhões) por seis meses, como um meio-termo entre os lados .


Essa decisão foi recebida com aprovação parcial da Anfavea e reação positiva de agências reguladoras, mas também com críticas de que o prazo flexibilizado ainda é alto demais .



⚠ Por que a medida pode ser prejudicial — mesmo sendo bem-intencionada

1. Desalinha cronogramas de investimento

Montadoras planejam fábricas, P&D e fornecedores locais conforme o Plano Mover. Uma mudança abrupta pode postergar ou cancelar investimentos previstos.

2. Desindustrialização parcial

A montagem de SKD reduz participação dos fornecedores nacionais. Se a fase provisória se estender demais, o Brasil deixa de desenvolver engenharia e conteúdo local.

3. Piora na balança comercial e desemprego

Importar kits em vez de fabricar localmente reduz geração de empregos e diminui valor agregado no país, afetando desde montadoras até autopeças e logística.

4. Incerteza regulatória

O ambiente de negócio exige previsibilidade. Alterações no meio do caminho intimidam investidores e descrédem acordos de longo prazo.

5. Risco de dependência tecnológica

Ao não consolidar engenharia local, o país perde capacidade de inovação e passa a depender de importação contínua de tecnologia.



✅ O caminho ideal: incentivo à produção local


Para transformar o Brasil em polo tecnológico automotivo, é essencial:

• oferecer alíquotas reduzidas condicionais a metas claras de nacionalização (com prazos, auditorias e penalidades);

• vincular incentivos à participação efetiva de fornecedores nacionais e formação de técnicos;

• valorizar a produção local com redução de impostos e benefícios fiscais atrelados a conteúdo local;

• dar previsibilidade à política industrial, sem reviravoltas súbitas.



🔍 O papel da Checkprice nesse diálogo


A Checkprice monitora as transformações regulatórias e seus efeitos no mercado. Como base de dados veiculares e facilitadora de processos para empresas automotivas, nossa plataforma:

• acompanha impactos em estoque, licenciamento e recall, especialmente para veículos importados que transitam como SKD/CKD;

• integra sistemas de concessionárias, locadoras e montadoras, ajudando a antecipar alterações tributárias nas operações;

• suporta empresas com insights para ajustar processos burocráticos conforme novos cenários legais, preservando compliance e eficiência operacional.



📚 Fontes principais

• Anfavea, GM, Volkswagen, Toyota e Stellantis: carta ao presidente Lula criticando o pleito da BYD

• Camex‑Gecex: decisão sobre antecipação do imposto e cota temporária de isenção

• Reportagens de Quatro Rodas, Agência Brasil, Motor1/UOL, Poder360 sobre o embate entre BYD e indústria nacional

• Entrevistas e análises de especialistas da AutoData


Igor Kalassa, marketing Checkprice

 
 
 

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