No Brasil, os impostos são componentes significativos no custo final de um carro, representando uma porcentagem expressiva no valor total do veículo, variando entre 48,2% e 54,8%. Em uma avaliação considerando a porcentagem máxima, ao comprar um carro de R$50 mil, aproximadamente R$27.400 são direcionados aos cofres governamentais. Esses impostos, notadamente o IPI (13%), ICMS (12%), PIS COFINS (11,6%), e encargos menores somados (18,2%), compõem essa sobrecarga tributária sobre os automóveis no país.
O setor automotivo detém uma participação crucial na estrutura industrial mundial. No Brasil, ele representa cerca de 22% do PIB industrial. Devido aos seus encadeamentos, é um setor cujo desempenho pode impactar significativamente a produção de vários outros setores industriais, refletindo a importância da sua vitalidade para a economia nacional.
Enquanto a China se estabeleceu como o maior produtor de automóveis no mundo, o setor automotivo brasileiro enfrenta desafios. Com um crescimento de 58% no primeiro trimestre, atingindo 1,07 milhões de unidades exportadas, a China não apenas consolidou sua posição como o maior mercado consumidor de carros do mundo, mas também surpreendeu ao ultrapassar o Japão, tornando-se o maior exportador de automóveis global.
No entanto, com a carga tributária gigantesca, o Brasil está perdendo espaço na produção de veículos. Essa sobrecarga afeta negativamente a competitividade, reduzindo a geração de empregos diretos e indiretos no setor. O país está testemunhando a crescente competitividade dos carros importados, que se tornam cada vez mais atraentes no mercado nacional.
Em vez de liderar e exportar, o Brasil está assumindo uma posição de comprador, aceitando características do mercado externo que nem sempre se alinham com a matriz energética do país. A sobrecarga tributária e a dependência de importações estão minando a posição do Brasil no cenário global da produção de veículos.
Nesse contexto, a reavaliação da carga tributária sobre veículos, juntamente com políticas que incentivem a competitividade interna, torna-se vital para revigorar o setor automotivo brasileiro, promovendo a geração de empregos e a competitividade no mercado global.
Igor Kalassa
4life Marketing
Comentarios