O Rio Grande do Sul tem a quinta maior frota brasileira e, em grande parte, foi afetado pela catástrofe natural que o Estado enfrentou. Nossa avaliação é de que dificilmente esses veículos poderão ser recuperados, pois permaneceram submersos por tanto tempo, causando graves danos à parte elétrica dos mesmos.
Relatos de amigos diretores de redes de concessionárias, que também perderão seus estoques completamente, estão assustados porque, passada essa crise, como recuperar os negócios sem estoque para comercialização.
As seguradoras também esperam uma enxurrada de indenizações da ordem de mais de 30.000, num total estimado de veículos assegurados, dentre os mais de 100.000 que deverão ser considerados como perda total. Portanto, nossa avaliação é de que o setor demorará mais de um ano para normalizar suas atividades.
Mas como ajudar um setor tão pungente no Estado?
A ajuda começa no governo federal com iniciativas de facilitar a transferência de veículos para venda, criando convênios entre Detrans para facilitar o reabastecimento desse estoque de veículos usados. Já na venda de Zero Km, criando algum tipo de incentivo com taxa zero ou subsidiadas pelo BNDES para venda, principalmente na área de veículos utilitários e caminhões e ônibus.
Já junto às Montadoras, a criação de um fundo para o Floor Plan com taxa zero e com prazos alargados, ou seja, acima de 90 dias, para fomentar o reabastecimento de seus estoques de Zero km e Usados para venda.
Já pelo governo do RGS e prefeituras com incentivos por um período limitado, diminuindo os tributos diretos que impactam na compra e venda como ICMS, ISS, IPVA dessas comercializações.
Que seguradoras não se utilizem de subterfúgios como o de calamidade pública para negarem os sinistros e acionando o IRB para dividirem esse risco em balanço por eventuais perdas.
Conclusão: Nunca tivemos uma situação como a do Rio Grande do Sul e somente com uma força-tarefa entre todos os envolvidos teremos, no longo prazo, a recuperação desse setor que emprega muito e contribui com seus impostos regularmente.
Roberto Bottura
CEO Checkprice
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